Onde ir com meu Autista

Dicas preciosas para as mamães especiais.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

CRM ouviu minha reclamação

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Eu resolvi fazer essa postagem pra contar uma situação que aconteceu comigo e meu filho e acabou gerando impacto no CRM Paraná, espero incentivar as familias a ir atras e comunicar casos em que ache que seu filho teve algum direito violado ou que foi negligenciado por conta de mau atendimento o que sabemos que ocorre muuuuuuito por aí.

No dia 20 de abril fui com meu filho em uma clinica oftalmologica e tinhamos horario marcado, eu sou daquelas mães que mal entra no lugar e já aviso que ele é autista e precisa da prioridade, e nesse dia fiz isso nessa clinica. Claro que não foi dada a prioridade, ele surtou, gritava, chorava e nada do médico vir nos atender, só não fui embora pois esperava meu marido para nos buscar e porque já tinhamos feito os exames antes da consulta, então preferi sofrer tudo naquele dia a ter que enfrentar tudo novamente um outro dia. Quando o médico nos chamou reclamei pra ele que inclusive é um dos donos da clinica e bem na caruda me disse que não sabia que tinha uma criança preferencial e aquele blábláblá, gente eu juro pelo que é mais sagrado, esperamos mais de 2 horas pela consulta e o médico atendeu ele em menos de 2 MINUTOS, ele estava super desconfortável pois meu filho queria mexer em umas reguas que estavam em cima da mesa, e como estava irritado foi aquele show, enfim, como você vai reclamar do chefe pro chefe???Fui pra casa matutando aquilo e indignada por ter visto meu filho sofrer tanto sendo que tem direito a prioridade, sofrer por não entender que tem que esperar,  que não poder correr e nem mexer nas coisas. Ai chegando em casa fiz uma denuncia ao CRM, não expus o estabelecimento pois falei direto pro chefe o que tava errado e é questão de os médicos aprenderem a respeitar a prioridade, esse não foi o primeiro e não vai ser o ultimo que vai deixar um autista na sala de espera sofrendo.

Segue minha denuncia pra entenderem a história
Bom dia.
Devido à burocracia que é fazer uma denúncia no CRM e por não ser meu objetivo o prejuízo aos envolvidos e sim que toda a classe médica e a sociedade fique sabendo do ocorrido e tomem para si a necessidade de rever o atendimento às pessoas com deficiência, especialmente os autistas, estou fazendo este relato de forma pública além de email aos responsáveis pelo CRM e clinica.
O caso que vou relatar é corriqueiro e meu desejo é que seja feita uma campanha entre os médicos para que o autismo seja mais difundido e principalmente que seja dada a prioridade de atendimento inclusive quando for o seu acompanhante como diz a lei. O autismo é realmente muito complexo mas ja aconteceu de ir em profissional de neurologia mais antigos na profissã  que não conhece autismo, pode ser que sua especialização seja outra, mas as estimativas é que até 2025 o autismo esteja presente em 1 a cada 2 nascidos, ou seja, é muita coisa e a classe médica é nossa porta de entrada, é onde vão aparecer os primeiros sinais na primeira infância e qualquer especialidade vai ter contato com este individuo e pode ajudar. Eu como mãe vejo diariamente mães relatando que pediatras não sabem para onde encaminhar as crianças com suspeita de TEA, que neurologistas não sabem encaminhar para planos de saúde o pedido correto e as terapias necessarias entre tantas coisas que são por desconhecimento pela amplitude de areas que a medicina abrange e pouco espaço que o TEA ainda tem.
O meu relato.
Na ultima sexta feira dia 20/04/2018 estive em uma clinica médica especializada em oftalmologia no centro cívico, estava agendada para meu filho autista a consulta as 14:45 com oftalmopediatra e para mim as 15:45 para que se houvessem imprevistos desse tempo de ambos consultarem. Chegamos 10 minutos antes para passar o cartão do plano e fomos para a triagem. Obviamente que meu filho não fez os exames visuais pois exigia que ficasse olhando dentro do aparelho por alguns segundo, já avisei a moça que ele era autista e disse que ele precisava de prioridade, ela foi e avisou o médico que o atenderia e fomos para a brinquedoteca. Uma criança autista não entende que precisa sentar na cadeira e esperar sua vez, eles querem ver tudo a sua volta pois todo estimulo é exaltado para eles, uma brinquedoteca equivale a um parque de diversões para um autista, querem ver tudo, porém perdem o interesse muito rápido e assim querem explorar tudo a sua volta inclusive o que não pode. Porém no revés disso tem as partes ruins do autismo que causam as famosas” crises do autista”. Uma televisão ligada, cheiros, luzes fortes, coisas que passam despercebidos para todos, para uma criança autista pode ser uma verdadeira tortura e até mesmo para a família é difícil identificar qual o incomodo para o filho e cada autista é único, nem tudo vale para todos.  Enfim, voltando ao meu relato de atendimento, o que me gerou um sentimento de revolta e humilhação foi por esperarmos exatamente 1:450 pelo atendimento do oftalmopediatra e sermos atendido em menos de 2 minutos dentro do consultório, claro que questionei o médico e ele disse que não foi avisado, mas pedi várias vezes para a moça ir falar com ele e ela ia até a sala e sempre dizia que ele já iria chamar. Foi uma tortura para meu filho esperar tanto tempo, sem contar as horas de constrangimento para as funcionárias do estabelecimento que nitidamente não sabem lidar com aquela situação e meu por tentar como pude acalmá-lo sem sucesso, sem contar o constrangimento por olhares de outras pacientes que estavam ali, entrando e saindo ou apenas esperando e que não estavam entendendo porque aquele menino chorava, gritava, se jogava no chão mas que simplesmente só estava irritado por não entender que precisa esperar sua vez. Não é à toa que autismo é considerado deficiência para efeitos legais e que eles tem prioridade em filas, hospitais, bancos, mercados e em qualquer lugar desse planeta. É constrangedor para as famílias ter o direito a prioridade e não ser atendido, ter olhares de desdém e vários outros de repreensão, algumas pessoas se solidarizam e tentam ajudar, mas são raras e geralmente não há muito o que fazer quando a crise já está ali. O que eu desejo e venho pedir encarecidamente à este órgão e a quem estiver lendo é que conheça o autismo, respeite a prioridade, e principalmente não julgue as famílias.  O autismo tem uma estimativa de 1 em cada 2 nascidos para 2025, está aí do nosso lado, ou seja, na sua família pode ter, e independente da sua profissão um dia vai precisar ter contato com um e saber respeitar é fundamental.
Ao CRM e médicos, dentistas, enfermeiros e profissionais e classes da sáude em geral, estudantes de todos os cursos eu peço encarecidamente que procurem conhecer o que é o autismo, suas características, como atender uma pessoa com autismo e a importância de dar prioridade de atendimento. Eles não são selvagens, pessoas sem limites, xiliqueiros, são apenas pessoas que precisam de um atendimento mais especifico e atencioso.
Att
Daiana Stresser
Pra minha surpresa o CRM respondeu meu questionamento, recebi a resposta pelo gabinete da presidencia


Ai o tempo passou e vida que segue, mas hoje recebi um email maravilhoso do CRM com um convite para uma palestra com o tema "Identificação precoce do autismo: o que o clinico precisa saber", acho que nem preciso dizer mais nada né, essa é uma palestra mas quem sabe no futuro o CRM recebe as maes para ouvir nossas reclamações e angustias em relações a médicos, eu tenho várias viu CRM rsrs



Não é maravilhoso. Mas para que o autismo crie demandas é necessario que as pessoas contem pro CRM. OAB, CREFITO, CRP, CRO ou qualquer que seja a classe profissional que voce acha que precisa de uma melhora no atendimento. Sabemos que autismo é um tema pouco abordado nas universidades e quem realmente sabe que vai trabalhar diretamente com autismo se especializa, mas as pessoas esquecem que em algum momento da sua vida vão ter contato com pessoas com deficiencia, seja você um contador, um mecanico, advogado, médico, professor,dentista, pastor de igreja, bailarino, balconista de padaria, enfim, o mundo todo precisa conhecer o autismo e depende de nós familiares intensificar esse conhecimento.








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